O Instituto Cultural Steve Biko participou da 1ª reunião com lideranças de cursinhos populares, realizada na última sexta-feita, dia 09, no Ministério da Educação (MEC), em Brasília. Durante o encontro, os participantes foram informados da retomada do Programa Diversidade na Universidade (Lei n?10.558/2002), implementado de 2003 a 2006.
A proposta do MEC é apoiar as iniciativas voltadas a estudantes que estudaram integralmente em escolas públicas, indígenas, egressos da Educação de Jovens e Adultos (EJA), negros, quilombolas e com renda familiar per capita de até 1 salário mínimo. A iniciativa articula-se a um conjunto de programas do MEC como o Pé-de-Meia e o Bolsa Permanência nas universidades. Na oportunidade, representantes dos cursos populares puderam apresentar suas ações e demandas para uma ação mais certeira do ministério.
A diretora pedagógica do Instituto Steve Biko, Jucy Silva, avaliou a iniciativa como positiva e que abre novos horizontes para os quilombos educacionais em todo país. “Podemos considerar a reunião e a retomada do programa Diversidade na Universidade, que visa apoiar os cursinhos populares, como um marco importante na promoção da democratização do acesso ao ensino superior no país”.
A diretora reforça ainda que durante o encontro foram “discutidas estratégias para fortalecer a atuação dos cursinhos populares, visando ampliar o acesso de estudantes negros, negros, indígenas e quilombolas, historicamente marginalizados do acesso ao ensino superior”, disse Jucy.
O Quilombo Educacional Wilma Reis também reforçou a relevância do programa em garantir suporte acadêmico para esses estudantes, além de fomentar a permanência deles nas universidades e a criação da rede nacional de cursinhos populares. Também houve consenso sobre a importância de investimentos e recursos destinados aos cursinhos populares, reconhecendo-os como espaços essenciais de democratização do conhecimento.
Wesley Conceição, pedagogo e coordenador pedagógico do Quilombo Educacional Vilma Reis, falou da importância do reconhecimento das ações realizadas pelos Quilombos Educacionais na Bahia e em todo Brasil. “É fundamental que o Governo Federal, Estados e Municípios não só reconheçam a importância dessas organizações para uma educação emancipadora e para a democratização do acesso ao ensino superior, mas que também promovam políticas públicas de fomento a essas iniciativas. Os Quilombos Educacionais, há mais de três décadas, promovem uma educação para as relações étnico-raciais, papel que deveria ser exercido sobretudo pelo Estado Brasileiro. Na luta, e de maneira independente, essas organizações do Movimento Negro vêm mostrando que com força de vontade e organização, é possível promover políticas reparatórias de viés antirracista”, disse Wesley Conceição.